Segundo dados divulgados em 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 milhões de pessoas no mundo sofriam com doenças mentais e neurológicas e a previsão era de que, até o ano de 2020, a depressão seria a enfermidade mais incapacitante do planeta. Essa informação seria, por si só, preocupante.
Além disso, de acordo com o estudo da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o Brasil era o país que apresentava as maiores taxas de incapacidades causadas por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) no continente americano. A Previdência Social havia registrado em 2016 o afastamento de 75,3 mil trabalhadores em razão de quadros depressivos, com direito a recebimento de auxílio-doença, o que representa 37,8% de todas as licenças médicas motivadas por transtornos mentais e comportamentais no mesmo ano.
Antes da pandemia no Brasil, já era possível notar o reflexo da exposição a ambientes de trabalho indevidos na vida dos colaboradores. Naquela época, havia evidências de que as pressões impostas no ambiente corporativo estavam diretamente ligadas ao desenvolvimento de transtornos mentais graves, sendo os mais comuns, além da depressão, os transtornos de ansiedade e o esgotamento emocional – também conhecido como síndrome de burnout – desencadeados, na maioria das vezes, por ambientes competitivos, imposição de jornadas exaustivas, aplicação de cobranças agressivas e falta de autonomia e reconhecimento do colaborador, afetando o seu desempenho profissional, as relações sociais e a sua saúde física e mental.
Durante a pandemia, momento extremamente desafiador para a humanidade, a Síndrome de Burnout ganhou ainda mais notoriedade. Pessoas ficaram fortemente abaladas pelo isolamento social, pelas perdas, pelas incertezas do futuro, pela pressão para alcançar resultados e também pelas dificuldades vivenciadas com o trabalho e estudo remotos. E hoje podemos perceber que o impacto da pandemia na saúde mental ao redor do mundo foi apenas a ponta do iceberg.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2022 revelaram que no primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, e preocupação com possíveis aumentos dessas condições levaram 90% dos países pesquisados a incluir saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à doença.
As informações apresentadas demonstram a necessidade de continuarmos o debate sobre o tema dentro e fora das empresas. Embora o ambiente corporativo nem sempre favoreça a discussão sobre o assunto, os líderes e gestores devem estar muito atentos aos colaboradores, oferecendo acolhimento e auxílio, sempre que necessário.
A Campanha Janeiro Branco é dedicada a colocar os temas da Saúde Mental em máxima evidência em todo o mundo, em favor da prevenção e do combate ao adoecimento mental e emocional dos indivíduos e tem por objetivo convidar as pessoas a identificarem as suas emoções, pensamentos, comportamentos e reconhecerem a qualidade dos seus relacionamentos.
Saúde mental enquanto há tempo! O que fazer agora?
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